24 de outubro de 2014 | 17:45

Dólar tem queda firme com especulação eleitoral

brasil

O mercado financeiro resolveu nesta sexta-feira, 24, dar um voto de confiança a Aécio Neves, em meio à expectativa de que o candidato do PSDB ainda possa virar o jogo contra Dilma Rousseff (PT). Após as pesquisas Ibope e Datafolha mostrarem na tarde de ontem clara vantagem da petista sobre o tucano, o levantamento do instituto Sensus, divulgado na manhã de hoje, mostrou o contrário, com a liderança para Aécio. Foi a senha para que os investidores vendessem dólares. O dólar à vista negociado no balcão recuou 1,83%, aos R$ 2,4630, interrompendo uma sequência de quatro sessões seguidas de ganhos, quando avançou 3,00%. Na semana, o dólar acumulou ganho de 1,11%. A moeda para novembro, que fecha apenas às 18 horas, cedia 1,40%, aos R$ 2,4690. O giro à vista era curto durante boa parte do dia, mas melhorou à tarde, somando US$ 1,775 bilhão perto das 16h30. “Pela manhã, muita gente já havia decidido não fazer nada, apenas aguardar o resultado da eleição de domingo. Só que saiu a pesquisa Sensus e ficou todo mundo ouriçado”, comentou um operador. No levantamento, que saiu antes da abertura dos negócios no câmbio, Aécio Neves apareceu com 54,6% das intenções de voto e Dilma Rousseff somou 45,4%. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, o que coloca o tucano em vantagem inclusive fora da faixa de empate técnico. Este cenário é diferente do visto nas pesquisas Ibope e Datafolha. Ainda assim, os investidores decidiram reduzir posições compradas em dólar (de alta da moeda). A expectativa para o debate da noite de hoje entre Dilma e Aécio também permeava as mesas de operação, assim como as especulações em torno do impacto, sobre o eleitorado, de reportagem que aparece na revista Veja deste fim de semana. De acordo com a reportagem, a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, sabiam de todo o esquema de corrupção montado na Petrobras. A reportagem cita depoimento do doleiro Alberto Yousseff à Polícia Federal, prestado na última terça-feira em Curitiba, no processo de delação premiada.

Fabrício de Castro, Estadão Conteúdo
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