31 de outubro de 2014 | 14:30

Advogado diz que pedido de auditoria do PSDB é ‘triste’

brasil

O inédito pedido de auditoria nas eleições feito pelo PSDB na noite de quinta-feira, 30, foi classificado pelo especialista em direito eleitoral Alberto Luis Mendonça Rollo como “triste”. Rollo ressaltou que a urna eletrônica foi testada diversas vezes antes da eleição e lamentou que o partido derrotado tenha questionado o sistema somente após o resultado final. “Em eleições municipais, chamamos isso de viúva de eleição. Em vez de questionar o porquê de ter menos votos, questiona a urna. Ao questionar a validade, não sei se contribui para a democracia”, avalia o advogado. O deputado Carlos Sampaio (PSDB), que assina o pedido do PSDB, afirma que o partido não quer questionar o resultado do pleito, mas esclarecer à população denúncias feitas nas redes sociais sobre possíveis fraudes no dia da votação. Além de criticar o pedido de auditoria especial feito pelo PSDB, Rollo defendeu o nível de segurança da urna eletrônica, testada por universidades do Brasil e exterior. Ele lembra que o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes de outros pleitos, submeteu o sistema brasileiro a testes com programadores de todo o mundo. “Há mecanismos de controle, mecanismos de comprovação, não dá para trocar 3,5 milhões de votos de um lado para o outro sem que ninguém saiba. Não é uma pessoa só que manipula esses programas”, defende o especialista. Rollo evita dizer que fraudar o sistema é impossível, mas acredita que os testes feitos na urna mostraram a eficiência do modelo. Para ele, o fato de as urnas não terem conexão umas com as outras e com a internet é uma garantia. Contra o argumento de que pode haver má fé de funcionários da Justiça eleitoral, Rollo lembra que é impossível que haja uma alteração capaz de mudar o resultado de uma eleição sem que outros técnicos tomem conhecimento da fraude. “São vários técnicos. Não dá para um fazer a programação para alterar votos sem que isso seja descoberto antes da eleição”, completa.

José Roberto Castro, Agência Estado
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