16 de setembro de 2014 | 10:07

Gabrielli e o inferno astral mais longo da vida

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A charge acima, de autoria de Antonio Lucena, foi publicada originalmente no site do jornalista Ricardo Noblat. Ela mostra, num evento na Petrobras, o grau de intimidade entre o então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, a presidente Dilma Rousseff e o ex-diretor da companhia, Paulo Roberto Costa, hoje preso e réu em duas ações criminais da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro desviado da Petrobras no âmbito das obras da Refinaria Abreu e Lima (PE).

Eles são observados de perto por Graça Foster, que sucederia Gabrielli na presidência da Petrobras por indicação da presidente, mas pelo visto a executiva não participou da brincadeira de trocar autógrafos nos uniformes entre as autoridades. Da primeira vez em que foi ouvido no Congresso sobre a ruinosa compra da refinaria de Pasadena, Gabrielli disse que Dilma não podia fugir de suas responsabilidades. As declarações causaram uma grande celeuma no PT e no governo.

Era uma resposta ao fato de a presidente ter dito que, na condição de presidente do Conselho de Administração da estatal, fora induzida a erro ao acatar o negócio. Ontem, o ex-presidente da Petrobrás declarou à Justiça Federal que “a decisão sobre a composição da diretoria (da estatal petrolífera) é feita no âmbito do governo”. Gabrielli foi ouvido como testemunha em um dos processos contra o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Indagado sobre a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa para o cargo de diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás, Gabrielli afirmou: “O presidente da Petrobras é comunicado, as razões e motivações são problemas internos ao governo.” Ele prestou o depoimento ao juiz Sérgio Fernando Moro por meio de uma vídeo conferência de Salvador, pelo fato de ser secretário de Estado (Planejamento). Amigos dizem que o ex-presidente da Petrobras vive o inferno astral mais duradouro de sua vida.

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