16 de setembro de 2014 | 08:44

Câmara de gestão criada no governo Dilma é abandonada

brasil

A promessa da presidente Dilma Rousseff de levar para o setor público uma gestão nos moldes do setor privado não avançou. Criada em 2011, com a participação de empresários e presidida por Jorge Gerdau, a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade esbarrou na burocracia e falta de apoio político. Acabou excluída do debate de temas estratégicos e terminou por definhar no ano passado. Das seis reuniões previstas no cronograma de 2013, ocorreram, por exemplo, apenas duas. A ideia original da câmara de gestão era criar mecanismos para mudar a maneira de conduzir obras públicas, processos burocráticos e serviços. Ela não avançou, segundo empresário que integram o grupo e pedem para não serem identificados, por falta de apoio presidencial. A melhoria da gestão pública, com o governo oferecendo mais retorno pelos impostos pagos pelo contribuinte, permeou as manifestações de rua de junho do ano passado. Durante a campanha eleitoral, o assunto voltou à tona com o embate entre Dilma e a candidata do PSB, Marina Silva. Enquanto a candidata à reeleição defende uma postura de “gerente” para a função presidencial, a ex-ministra do Meio Ambiente sugeriu que mais importante seria ter uma visão estratégica da gestão pública, no fim do mês passado. Apesar de defender publicamente as atividades da Câmara de Gestão e se identificar politicamente com a imagem de “gerente” do governo, Dilma não compareceu a nenhuma das 13 reuniões ordinárias ou dos dois encontros extraordinários do grupo, entre 2011 e 2013, segundo as atas públicas divulgadas pela Casa Civil. Os encontros aconteciam no quarto andar do Palácio do Planalto, um andar acima do gabinete da presidente.

Agência Estado
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