23 de setembro de 2014 | 08:50

Argentina atrasa pagamentos para o Brasil

economia

Atingida por uma grave crise cambial, a Argentina suspendeu novamente o fluxo de pagamento aos exportadores brasileiros e abriu um novo foco de tensão com seu principal parceiro comercial. Há seis meses, Brasil e Argentina enfrentaram a mesma situação. Os atrasos levaram os empresários dos setores mais prejudicados a pressionar o governo brasileiro para encontrar uma solução urgente. A indústria automobilística é a mais afetada justamente num momento em que enfrenta problemas com o baixo crescimento doméstico. Nas últimas duas semanas, o problema se agravou. Autoridades econômicas e diplomáticas tentam um acordo para retomar o fluxo de remessas dos pagamentos. A indústria cobra uma posição mais dura de Brasília junto ao governo argentino. Embora o maior problema esteja concentrado no setor automotivo, outras indústrias são afetadas. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, aponta, além dos atrasos nos pagamentos, travas na liberação das licenças de importação pelos argentinos. Os empresários brasileiros pressionam pela criação de uma linha de financiamento ao importador argentino como garantia ao pagamento das empresas no Brasil. Essa opção, discutida no primeiro semestre, foi abandonada por restrições colocadas por Buenos Aires. O problema ressurgiu depois de um período de estabilidade. Em Brasília, sabe-se que a Argentina sofre com a falta de dólares, sobretudo neste período de fim da safra agrícola em que o país vizinho registra uma queda significativa nas exportações. Negociadores brasileiros abriram conversas para tentar regularizar o fluxo de pagamentos aos exportadores nacionais, mas fontes informaram ao jornal O Estado de S. Paulo que há pouco otimismo. A falta de divisas na Argentina impede até mesmo uma pressão muito forte do lado de cá da fronteira. A situação pode reduzir ainda mais o fluxo comercial entre os dois países.

Agência Estado
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