29 de agosto de 2014 | 08:31

MP denuncia Aref por 48 crimes de lavagem de dinheiro

brasil

Hussain Aref Saab, ex-diretor do antigo Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) da Prefeitura de São Paulo, foi denunciado nesta quinta-feira, 28, pelo Ministério Público Estadual (MPE) sob a acusação de 48 crimes de lavagem de dinheiro supostamente praticados para ocultar por meio da compra de 113 imóveis o recebimento de propinas de construtoras. Além dele, os promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) denunciaram Ana Paula Saab Zamudio, sua filha, por 32 crimes de lavagem. O criminalista Augusto de Arruda Botelho, que defende Aref, afirmou que não havia tido conhecimento dos termos da denúncia e, por isso, não se manifestaria sobre a acusação contra seu cliente. O órgão dirigido pelo acusado de 2005 a 2012, durante as gestões dos então prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), era responsável pela instrução, análise e decisão dos pedidos de licença para construção e reforma de edificações de médio e grande portes. Segundo a denúncia, assinada pelos promotores Joel Carlos Moreira da Silveira, Marcelo Mendroni, Arthur Lemos de Pinto Júnior e Roberto Bodini, a partir da nomeação de Aref para o cargo, “é possível constatar o início de um processo paulatino de acumulação de vultoso acervo patrimonial, constituído basicamente de bens imóveis e ativos financeiros”. Conforme antecipado nesta quinta pelo portal estadao.com.br, a denúncia afirma que esse processo de acumulação consistiu na compra de 113 imóveis de 2005 a 2012 no Estado. Seriam apartamentos, garagens, salas comerciais, terrenos e prédios, dos quais 65 foram registrados no nome do servidor e 48 em nome da empresa SB4 Participações, da qual Aref é o sócio majoritário. “O enriquecimento de Hussain (Aref), a toda evidência, não teve como causa a percepção de seus vencimentos, que jamais poderiam alicerçar tamanho incremento patrimonial, mas, sim, a criação de um sistema paralelo de atuação voltado à obtenção de vantagens ilícitas recebidas ou exigidas no exercício das funções do cargo.” As investigações dos promotores teriam obtido provas de que Aref interferia na tramitação de processos administrativos das mais variadas maneiras para obter o pagamento de propinas. “Hussain (Aref) recebia vultosas quantias para dispensar o cumprimento de exigências legais, acelerar a tramitação de processos e aprová-los”, escreveram os promotores.

Agência Estado
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