Foto: Manuela Cavadas/Divulgação/Arquivo
Lídice da Mata: nova configuração à candidatura de Marina disputar a Presidência 14 de agosto de 2014 | 11:20

Marina pode mudar cenário em favor de Lídice

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A trágica morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) terá impacto político forte também na Bahia por meio da candidatura da senadora socialista Lídice da Mata ao governo. Apesar de ter evitado falar abertamente sobre o assunto ontem, numa coletiva em que leu com lágrimas a nota de pesar do partido pela morte do ex-governador de Pernambuco, a senadora permanece firme na corrida sucessória, embora não se saiba ainda que dimensão seu nome ganhará a partir do lamentável episódio.

Lídice lançou-se candidata por força do projeto presidencial do PSB. Até então era uma fiel aliada do governador petista Jaques Wagner no Estado, assim como Campos fora ministro de Lula e correligionário do PT nacional. Se a inesperada morte do jovem político socialista, neto do ex-governador pernambucano Miguel Arraes, fragiliza ainda mais a estrutura financeira da campanha de Lídice, a possibilidade de entrada em campo da candidatura de Marina Silva à Presidência pode impactar positivamente seu nome na Bahia.

Com Campos vivo, era Lídice que ajudava a divulgar e impulsionar o nome dele no Estado. Até aqui, apesar das informações contraditórias das pesquisas divulgadas, a senadora mostrara autonomia de vôo para se manter na disputa contra a máquina petista e a do DEM, que lidera todas as sondagens com o nome do ex-governador Paulo Souto. Pelo Ibope, ela estaria à frente do candidato do PT, o deputado federal Rui Costa. Pelo Babesp, divulgado anteontem, Rui já teria passado a senadora.

Com Marina, para a qual os prognósticos mais superficiais baseados nas últimas pesquisas de intenção de voto apontam para a garantia de realização de um segundo turno num cenário em que a disputa pode se dar tanto com o candidato do PSDB, Aécio Neves, como com a presidente Dilma Rousseff (PT), a candidatura da senadora pode ganhar um gás inesperado no Estado. As duas são mulheres e, ademais, Lídice pode se tornar mais identificada com Marina do que já estava atrelada à imagem de Campos.

Será que ela pode ser puxada para cima por Marina, trazendo problemas para o candidato do PT, Rui Costa? É a pergunta que se fazia ontem tanto nos arredores do comando político de sua campanha como na do candidato petista. Em meio ao quadro impreciso que se descortinou com o desaparecimento de Campos, a senadora viajou hoje para São Paulo, onde o PSB vai tratar de todos os assuntos relativos à sucessão nacional e nos Estados. Lídice vai surgir no encontro com mais peso do que já tinha.

Raul Monteiro*
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