26 de julho de 2014 | 10:45

Sem acordo, trégua de 12 horas começa em Gaza

mundo

Milhares de residentes da Faixa de Gaza que haviam fugido voltaram para áreas de fronteira devastadas durante um cessar-fogo humanitário neste sábado e encontraram destruição em grande escala. Dezenas de casas viraram pó e as ruas estavam bloqueadas, com fios elétricos cortados pelo caminho. Israel e o Hamas começaram um cessar-fogo humanitário de 12 horas em Gaza neste sábado depois que os esforços do Secretário de Estado norte-americano John Kerry falharam em produzir uma trégua mais longa, com a intenção de acabar com as quase três semanas de enfrentamento. Kerry e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas Ban Ki-moon passaram a última semana mediando conversas na região. Apesar das negociações, o ministro de Defesa de Israel, Moshe Yaalon, chegou a alertar que poderia expandir a incursão terrestre na Faixa de Gaza “significativamente”. “Vocês precisam estar preparados”, declarou a soldados na sexta-feira. Na cidade de Beit Hanoun, na região nordeste de Gaza, residentes encontraram destruição por onde chegaram. Muitos haviam fugido dias antes, após alertas de Israel de que a cidade seria atacada. Siham Kafarneh, de 37 anos, se sentou nos degraus de uma pequena mercearia e começou a chorar. Mãe de oito crianças, disse que aquilo que ela tinha passado 10 anos para conquistar havia sido destruído. “Não restou nada, tudo o que eu tenho se foi”, lamentou. Israel lançou uma forte campanha aérea em Gaza em 8 de julho e depois mandou iniciou as incursões terrestres ao território comandado pelo Hamas, numa operação que os israelenses disseram ser direcionada para parar o poder de fogo do Hamas e destruir túneis usados por militantes para promover ataques. Mais de 900 palestinos, a maioria civis, foram mortos, e mais de 6 mil feridos dos últimos 19 dias, de acordo com autoridades locais. Os ataques de Israel também destruíram centenas de casas e deixaram dezenas de milhares de desabrigados. Israel diz que está fazendo o que pode para evitar o sofrimento de civis, incluindo o envio de alertas de evacuação para residentes em áreas alvo de ataques. O governo israelense culpa o Hamas por colocar os civis em perigo. Israel perdeu 37 soldados e dois civis e um trabalhador tailandês também foi morto. Parece improvável que o cessar-fogo temporário desse sábado mude o curso das hostilidades. Enquanto o ministro da Defesa Israelense diz que espera que o Hamas não “afronte” os israelenses nunca mais, o Hamas afirma que não vai parar o fogo enquanto não receber a certeza da comunidade internacional de que o bloqueio de mais de sete anos a Faixa de Gaza será retirado.

Agência Estado
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