Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa
Candidato do PT em encontro com líder religiosa 24 de julho de 2014 | 09:45

Santo de Rui se enfrenta com o de mãe Stella

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Parece ter sido muito divertida, pelo menos para os repórteres, a visita que o candidato a governador do PT, Rui Costa, fez ontem a Mãe Stella, do Ilê Axé Opô Afonja, uma das mais respeitadas líderes religiosas do Candomblé baiano. Pelo relato de Fernando Duarte, de A Tarde, o santo de Rui, que tem estilo retraído, se enfrentou com o de mãe Stella, conhecida pelo temperamento forte, de poucas e incisivas palavras.

Auxiliado por assessores que tentavam ajudá-lo a interagir com a religiosa, segundo a reportagem, Rui ia dar explicações sobre a construção de um elevador (A Tarde não diz qual, nem onde) a cargo da Conder, quando foi interrompido por Mãe Stella, em tom de reclamação: – O elevador está amarrado!, expressão que designaria a dificuldade de conclusão que a obra enfrenta.

Rui teria ficado constrangido e prometido tentar ajudar, quando ouviu uma resposta irônica da religiosa: – Vou fazer um feitiço para desatar este nó, disse ela. A reportagem relata que o candidato a senador Otto Alencar, que acompanhou Rui, parecia mais descontraído, falando de sua relação com a religião, sobre a qual Rui mostrava conhecer pouco.

Mãe Stella teria puxado Rui a um canto e perguntado sobre o governador Jaques Wagner (PT), seu padrinho político. O candidato repetia a informação ouvida de assessores de que o chefe do Executivo se encontrava no interior, quando ouviu nova provocação de Mãe Stella. – E o próximo?, questionou a religiosa, ouvindo de um Rui entre desconcertado e inseguro: – Está aqui, pelo menos eu espero.

Mãe Stella não esperou os políticos deixarem o terreiro para fazer um sermão sobre a romaria de políticos ao espaço em época eleitoral. “As portas estão sempre abertas para todo mundo. Quando se fala em eleição, a turma enlouquece”, declarou, completando: “Como todo mundo pensa que no candomblé se faz milagre, aí pensa ‘eu vou lá e vou ser eleito’. Mas não é assim. A minha obrigação é pedir por todos que aqui chegam pedindo misericórdia.”

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