13 de julho de 2014 | 10:00

Roraima tem maior teto de gasto por voto

brasil

Os principais candidatos a governador do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste previram tetos de gastos de campanha mais altos que os concorrentes do Sudeste e do Sul, em termos proporcionais. O líder no ranking é Roraima, que tem 0,2% do eleitorado nacional. Se os tetos servirem como indicador do gasto efetivo, as campanhas serão mais caras nas regiões mais pobres do País – um fenômeno já observado por cientistas políticos em eleições passadas. Os limites de despesas foram definidos pelos próprios partidos no momento do registro das candidaturas. A tendência das campanhas é superestimar o teto, para evitar a necessidade de pedir um reajuste à Justiça Eleitoral, na hipótese de arrecadação e despesas superarem as previsões iniciais. Como todos seguem o mesmo padrão de superestimação, o teto acaba sendo um indicador de gastos, ainda que não tão preciso. A concretização das previsões depende da arrecadação de doações privadas, e estas costumam se concentrar no candidato favorito. O ranking publicado nesta página mostra em que Estados há maior previsão de teto de gastos por eleitor. Os valores representam a média dos valores apresentados à Justiça Eleitoral pelas duas campanhas com maior teto em cada unidade da Federação. As 16 primeiras posições do ranking são ocupadas por Estados do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste. Na eleição passada, com variações em algumas posições, o quadro foi muito parecido. Tanto em 2014 quanto em 2010, a primeira colocação no ranking foi ocupada por Roraima, e a última, pelo Rio Grande do Sul. São Paulo, Estado que possui 32 milhões de eleitores, ficou na penúltima posição nas duas campanhas, quando se considera o teto por eleitor. Em valores absolutos, porém, o teto é o maior do País (R$ 92,5 milhões, na média das duas campanhas com maiores previsões).

Daniel Bramatti e Pedro Venceslau, Agência Estado
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