13 de julho de 2014 | 17:42

Petrobras perde US$ 145 milhões após saída de Roncador

brasil

Mesmo pressionada para ampliar a produção, a Petrobras paralisou a operação de uma plataforma sem adotar as medidas compensatórias exigidas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Alegando riscos operacionais, a companhia desconectou em março a plataforma FPSO Brasil do campo de Roncador, na Bacia de Santos – o mais produtivo do País. A medida contrariou resolução que previa a “substituição imediata” da unidade. Nos dois meses seguintes à parada, a produção diária em Roncador caiu 23 mil barris em relação à média do mesmo período de 2013, com perdas em receitas que podem chegar a US$ 145 milhões. A resolução da ANP, aprovada pela diretoria no dia 19 de março, se baseou em relatório técnico feito em novembro. A análise previa a realização de vistoria na FPSO Brasil e a execução dos “reparos necessários” ou a troca “por uma unidade de produção equivalente”. Para a agência, estava “clara a necessidade de mais do que as quatro plataformas previstas para o campo de Roncador”. A inspeção foi realizada em janeiro e durou 16 dias, com a unidade paralisada. O procedimento indicou que, para reverter os problemas e garantir “continuidade operacional no longo prazo”, seria necessário executar “obras de grande porte incompatível com uma unidade em operação offshore”. A Petrobras, então, concluiu que a obra era “inviável técnica e economicamente” e que seria preciso “dar início imediato ao projeto original de remanejamento dos poços”. No dia 31 de março, a plataforma foi completamente desmobilizada. Para evitar sanções, a Petrobras entrou com recurso contra a resolução original, alegando riscos à segurança. Em junho, em nova reunião da diretoria, a agência acatou o recurso sem definir punições à estatal.

Antonio Pita, Agência Estado
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