30 de julho de 2014 | 09:00

Oi e Telefônica tentam adiar o leilão do 4G

brasil

Em meio ao processo de reestruturação, a operadora Oi tenta negociar o adiamento do leilão de 4G da faixa de 700 MHz (Megahertz), que está programado para setembro, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Fontes afirmam ainda que a Telefônica também estaria fazendo coro à Oi. “É um contrassenso (o leilão), já que a nova frequência entrará em operação até 2016. É como se alugássemos uma casa sem poder ocupá-la porque tem um inquilino dentro”, disse uma fonte da operadora, referindo-se ao canais de TV analógica que utilizam essa frequência. Segundo essa fonte, caso o leilão de fato ocorra, a operadora não ficará de fora. “Vamos avaliar as áreas que nos interessa”, disse. “Temos um capex (investimento) seletivo, que será direcionado (ao leilão)”, disse. De acordo com outra fonte, a Telefônica também estaria pressionando Brasília pelo adiamento do leilão por ainda não ter se beneficiado totalmente dos investimentos no 3G. Procurada, a Telefônica não comenta o assunto. A Tim, controlada pela Telecom Itália, é a única a apoiar abertamente o leilão. Na semana passada, o presidente da Telecom Itália, Marco Patuano, que esteve com a presidente Dilma Rousseff, reiterou o interesse no leilão. A Claro não comenta o assunto, uma vez que ainda está à espera do edital. Nos bastidores do governo, o leilão do 4G na frequência de 700 MHz é tratado como “prioridade zero”. É fortíssima a pressão do Tesouro Nacional para que a licitação ocorra logo pois é esperada uma arrecadação de R$ 10 bilhões para fechar as contas do ano. Na semana passada, reunião técnica da Anatel com o Ministério das Comunicações tratou dos preparativos do leilão. Não há, no escalão técnico, sinal de adiamento. Se isso ocorrer, será uma decisão tomada em nível mais alto, mais precisamente, no Palácio do Planalto. Para os técnicos, a pressão pelo adiamento não é novidade, lembrando que no leilão da faixa de 2,5 MHz ocorreu o mesmo. Empresas alegavam estar sem caixa e que não poderiam concorrer. A faixa que será leiloada agora é considerada mais “nobre” do que a de 2,5 MHz, porque permite abranger uma área maior, com menos investimentos. Ela tem, de fato, um problema, que é definir os critérios para “limpeza” da faixa, ou seja, tirar dela as emissoras de TV. A Anatel vai arbitrar uma faixa de preço, e esse talvez seja o ponto mais delicado do edital.

Mônica Scaramuzzo, Lu Aiko Otta e Eduardo Rodrigues, Agência Estado
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