25 de julho de 2014 | 18:45

Modelo do pré-sal é armadilha para Petrobras, diz KPMG

brasil

As regras do modelo de partilha, que estabelecem a Petrobras como operadora única e com ao menos 30% de participação nos consórcios das áreas do pré-sal, representam uma “armadilha financeira” para a estatal. A avaliação é do líder da KPMG, Manuel Fernandes, que também é presidente do Comitê de Energia da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham), que realiza nesta sexta-feira, 25, a conferência “Libra: repercussões para o mercado e o que esperar do novo modelo de partilha”. “Ela tem muita competência e capacidade, mas o fato de operar 30% no mínimo gera uma dificuldade de previsibilidade no mercado. Quando você vê o tamanho da conta que precisa ser investida, essas coisas são contraditórias”, avalia Fernandes. “É uma armadilha financeira para a Petrobras”, afirmou. As críticas partiram também do presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), Eloi Rodriguez. Segundo ele, com o atual modelo, os leilões não geram interesse para investidores e por isso só contarão com uma oferta, como aconteceu com a área de Libra. Leiloada em novembro, a primeira área do pré-sal recebeu apenas a oferta do consórcio formado por Petrobras, Shell, Total e as chinesas CNPC e CNOOC. “Só vai ter oferta de quem a Petrobras escolher. A operadora é única, não tem escolha”, avaliou. O presidente da PPSA, estatal que fiscaliza a exploração nas áreas do pré-sal, Oswaldo Pedrosa, rebateu as críticas e afirmou que o tema é “página virada”. “A lei foi discutida no Congresso. Agora, isso tem que ser levado para frente. Novos leilões vão acontecer, e não devem ser como Libra, que é sem igual no mundo todo. A atratividade dos leilões é imensa”, garantiu.

Antonio Pita, Agência Estado
Comentários