Neto: trabalho de convencimento sobre cada desembargador em relação ao IPTU 31 de julho de 2014 | 10:45

IPTU leva Neto a inovar em relação com Judiciário

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O placar amplamente favorável à cobrança do IPTU no julgamento inconcluso do Tribunal de Justiça, realizado ontem, pode ser atribuído a um trabalho de “formiga” executado pelo prefeito ACM Neto (DEM) entre os desembargadores baianos. Desde que a questão foi judicializada, trazendo riscos para uma das maiores fontes de arrecadação da Prefeitura, Neto se armou com sua equipe jurídica e passou a peregrinar pelos gabinetes da instância mais elevada do TJ num denodado trabalho de convencimento sobre a importância da manutenção da elevação do imposto, objeto das ações de inconstitucionalidade apreciadas parcialmente ontem. Neste aspecto, inovou em relação a uma prática adotada por todos os governantes baianos desde o período do carlismo, fundado por seu avô, no relacionamento com o Judiciário. Ela consistia na escolha de um único interlocutor, ou de um líder do Poder, normalmente seu presidente, como fonte primordial de contatos políticos na Justiça. Foi assim, por exemplo, na gestão do ex-prefeito João Henrique (PSL) e tem sido assim desde o primeiro governo de Jaques Wagner (PT). A nova estratégia adotada por Neto tem seduzido os desembargadores, que se sentem prestigiados pessoalmente pelo prefeito, uma liderança claramente ascendente na política baiana. “Passamos a nos sentir valorizados em anos”, admite um magistrado das antigas, referindo-se à iniciativa de Neto, que, se não assegura a vitória completa na manutenção do aumento do IPTU, pelo menos não deixa de gerar uma simpatia imensa por ele no Poder.

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