27 de julho de 2014 | 10:22

Governo pode não aceitar volta da Cide, diz Cid Caldas

economia

O coordenador de Açúcar e Etanol do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, disse que a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o reajuste da gasolina são dois pleitos “complexos” do setor sucroenergético e, por isso, muito difíceis de serem aceitos pelo governo no curto prazo. Caldas lembrou que a Cide, cobrada sobre a gasolina, e o reajuste do combustível do petróleo, medidas que dariam maior competitividade ao etanol, afetam toda a economia por conta do impacto na inflação e enfrentam resistência em outras áreas do governo. “Eu entendo os outros ministérios quando dizem que não dá no momento. Quando aumenta um ponto de inflação, isso afeta toda a economia. Você pode beneficiar um setor, mas isso afeta toda a economia”, ressaltou. “É muito mais complexo, não digo impossível, de ser feito (atendido) no ritmo que o setor espera”, completou ele, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, durante evento em Sertãozinho (SP). A Cide chegou a onerar a gasolina em R$ 0,28 por litro no passado, mas a contribuição foi zerada pelo governo, justamente para evitar repasses de aumentos do combustível aos consumidores. O preço da gasolina controlado prejudicou o combustível de cana-de-açúcar que é competitivo nas bombas com um valor até 70% do cobrado pelo combustível feito a partir do petróleo. Caldas avaliou que outro pedido dos produtores de etanol, o aumento de 25% para 27,5% na mistura do etanol anidro à gasolina, passa por testes técnicos em veículos no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) para avaliar o impacto nos motores. “Se não houver problemas ao consumidor, o governo tem condições de propor o aumento de mistura, que iria ocorrer apenas na próxima safra, porque a atual safra está em mais da metade e não teria produto”, explicou.O coordenador de Açúcar e Etanol do Ministério da Agricultura afirmou, ainda, que somente no dia 9 de agosto, com a divulgação da segunda estimativa da safra de cana-de-açúcar da Conab, será possível avaliar o impacto da estiagem nas lavouras da cultura. “O setor está preocupado, mas não posso dizer qual a expectativa de quebra, porque é preciso de base técnica”, concluiu.

Agência Estado
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