Foto: Divulgação
Secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin 13 de julho de 2014 | 10:30

Governo blinda Arno Augustin no caso dos R$ 4 bilhões

brasil

O governo federal montou uma operação para blindar o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, dos danos causados pela descoberta de R$ 4 bilhões de um crédito a favor da União numa conta paralela de uma das maiores instituições financeiras privadas do País. O achado diminuiu o rombo nas contas do governo, mas alimentou as desconfianças em torno da política fiscal brasileira. Apontado como principal articulador de manobras contábeis, Augustin tem sido alvo de críticas dos economistas e da oposição. As manobras do Tesouro fragilizaram a credibilidade da política econômica do governo e tornaram menos eficazes os efeitos da política fiscal sobre o combate à inflação. A conta paralela foi revelada pelo Estadão na última sexta-feira. A estratégia do governo agora é deixar o Banco Central (BC) dar as explicações técnicas sobre o crédito, afastando qualquer relação do ocorrido com a postergação de pagamentos pelo Tesouro. Embora Augustin negue oficialmente, o adiamento de pagamentos que deveriam ser feitos nos últimos dias do mês para o início do mês seguinte, essa postergação tem sido prática recorrente do Tesouro para administrar os resultados fiscais ao longo dos meses e, com isso, as expectativas em torno da capacidade do governo cumprir a meta fiscal. O Ministério da Fazenda se recusa a comentar o problema, insistindo na resposta de que a conta dos R$ 4 bilhões é “assunto do BC”. Mas, segundo informaram fontes da área técnica do governo, quando o BC procurou o banco privado para averiguar a diferença encontrada a resposta ouvida pela instituição financeira foi a de que era preciso ouvir o Tesouro.

Adriana Fernandes e João Villaverde, Estadão
Comentários