29 de julho de 2014 | 09:30

Disputa eleitoral abre oportunidades de lucrar com aluguéis

bahia

Ainda há quem ganhe dinheiro alugando imóveis para fazer comitês. Muito ou nem tanto, dependendo do tamanho da campanha. A dona de casa Rita Carrera é uma delas. “Eu botei uma placa de ‘aluga-se’ num imóvel que tenho na Liberdade. O assessor de um deputado viu e me ligou. Ficou de ir lá ver, mas ainda não acertei valores”, conta ela. O pequeno prédio, onde antes funcionava uma escola, abriga um restaurante e uma pronta-entrega de roupas no primeiro e no segundo andar, mas o térreo estava ocioso. Oportunidade para Rita fazer um pé de meia nos próximos dois ou três meses – pois ainda tem o período da desmontagem. Mas os valores oscilam muito, a depender do candidato e do local. Em busca de uma vaga na Câmara de Deputados, Aleluia (DEM) alugou um espaço pequeno no Costa Azul e vai desembolsar R$ 12 mil por toda a campanha. Já o postulante ao governo Rui Costa (PT) vai gastar bem mais por três meses de aluguel em um espaço imponente na Avenida Tancredo Neves: a antiga loja Dismel, que tem 6,5 mil metros quadrados, custa R$ 120 mil por mês, segundo a assessoria de imprensa do petista. Uma pechincha, se levar em conta o valor de tabela da região. “O aluguel ali é uma fortuna. Se for cobrar quanto deveria ser cobrado mesmo, vale entre R$ 50 e R$ 150 por metro quadrado”, calcula o corretor Carlos Couto Júnior, sócio-diretor da Viva Imobiliária. Isso significa que o comitê de Rui deveria custar, no mínimo, R$ 325 mil por mês. “Como é de julho a outubro, eles podem ter feito algum pacote”, imagina Couto Júnior. O metro quadrado do comitê de Paulo Souto, na Avenida ACM, está na mesma base, segundo ele, mas como o espaço é menor, deveria custar R$ 75 mil por mês. O preço oficial é de R$ 60 mil. Esse valor a candidata Lídice (PSB) vai pagar por todo o período de campanha, por um lojão de 250 metros quadrados na Manoel Dias da Silva, na Pituba. “A gente convenceu o pessoal a alugar baratinho”, disse o coordenador da campanha do PSB, Antônio Carlos Tramm. Candidata ao Senado, Eliana Calmon (PSB) pagou menos: R$ 18 mil, segundo o coordenador de sua campanha, Marcos Brazão.

Comentários