20 abril 2024
O episódio da perda do apoio do Solidariedade pelo governo levou Jaques Wagner (PT) a pagar um mico maior do que o deputado federal Marcos Medrado, presidente do partido, que havia prometido sua entrega ao governo, e, consequentemente, à campanha do candidato do PT à sucessão estadual, Rui Costa.
Contrariando a mística que o pinta como um articulador frio e calculista, incapaz de atos tresloucados, o governador parece ter se desesperado para manter, a qualquer custo, o Solidariedade sob seu jugo e o do seu candidato. E perdeu feio.
Ou melhor: levou o Estado da Bahia a perder com a operação que resultou na troca de um cargo importante e estratégico, como é de conhecimento de todo mundo, por simplesmente nada. Muito menos um minuto e pouco do tempo de TV para a campanha de Rui, o que era seu objetivo.
Agora, que o negócio micou, Wagner vai a público dizer que não vai tomar o cargo de volta de Medrado porque o deputado federal é seu leal amigo. Uma lástima! Primeiro, governo e gestão pública não correspondem a uma ação entre amigos.
Segundo, Wagner e Medrado não são amigos coisa alguma. O governador só não toma a Bahiatursa de volta para uma nova operação com algum partido que interessa apoiar Rui e está descontente com o governo porque passaria o recibo do que a operação foi: uma troca por apoio político e eleitoral.
Raul Monteiro