Foto: Emerson Nunes/Política Livre/Arquivo
Geddel teria feito muitas exigências para apoiar Souto, segundo o DEM 08 de abril de 2014 | 10:07

“Pacotão” de Geddel é para não ser atendido, dizem oposicionistas

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Setores do Democratas devem hoje marchar na direção do candidato do partido ao governo, Paulo Souto, a fim de pedir-lhe que lance logo a sua chapa mesmo sem a participação nela do peemedebista Geddel Vieira Lima, a quem o DEM ofereceu desde o início das conversações a candidatura ao Senado.

A avaliação entre soutistas é de que Geddel fez um número tão grande de exigências para aceitar a vaga ao Senado na chapa de Souto que, na realidade, os pedidos esconderiam o “desejo secreto” do peemedebista de não ser atendido, o que lhe daria argumentos para não se aliar ao democrata.

Em amplos segmentos do DEM e do PSDB, partido que foi fundamental na estratégia de escolha de Souto para candidato ao governo em detrimento do nome de Geddel, o conjunto de exigências do presidente do PMDB ganhou o apelido, jocoso, de “pacotão”.

O “pacotão” incluiria, além da indicação do candidato a vice de Souto, o que alijaria da chapa o PSDB, parceiro de primeira hora da candidatura do democrata, a nomeação de três secretários para pastas estratégicas numa eventual gestão sua no governo estadual e a vice na chapa com que ACM Neto disputará a reeleição em 2016.

Como tudo indica que, caso reeleito, Neto deverá se desincompatibilizar do cargo para disputar o governo do Estado em 2018, o escolhido do PMDB, que pode ser o próprio Geddel, ganharia dois anos de mandato na Prefeitura de Salvador com direito à reeleição.

Segundo operadores da candidatura de Souto, o partido só não lançou a chapa completa sem a presença de Geddel para o Senado por acreditar que ainda é possível atrair o peemedebista, que estaria, na avaliação deles, mais fragilizado do que tenta aparentar.

Para enfatizar sua tese, ele relata que Geddel foi preterido para candidato ao governo na chapa das oposições, tentou sem sucesso obter o apoio do PSB da senadora Lídice da Mata à sua candidatura ao governo e perdeu todas as pontes de interlocução com o PT do candidato Rui Costa.

Por este motivo, ele acredita que o peemedebista não teria muita alternativa senão se aliançar com Souto. O problema, acrescenta, é que, “ao exigir que tenham paciência até ele decidir o que fazer, Geddel atrasa o lançamento da chapa do democrata”.

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