23 de abril de 2014 | 07:55

Mortos da greve de PMs baianos eram pobres, pretos e moravam na periferia

bahia

Jovem, negro, pobre e da periferia. Este é o perfil da maioria das vítimas fatais da violência urbana. A triste realidade, que se repete nas principais metrópoles brasileiras, foi comprovada com os mais de 100 assassinatos ocorridos no estado durante a greve da Polícia Militar da Bahia e nos dias do feriado de Semana Santa. Conforme o balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), durante o período de greve, foram registrados 84 assassinatos, ocorridos entre os dias 15 e 18. Já entre os dias 15 e 20, o número cresceu para 104 execuções. A maioria dos crimes vitimou jovens de 15 a 34 anos, do sexo masculino e moradores da periferia. Para a Coordenadora do Fórum Comunitário de Combate à Violência (FCCV), Tânia Cordeiro, apesar de ter sido um número maior do que o habitual, as vítimas são sempre as mesmas. “Essas mortes não foram por um acaso. Estamos vivendo numa sociedade da desigualdade. As pessoas que vivem à margem da sociedade são vistas como descartáveis. Essas mortes serão tratadas como uma opção mais simples de se resolver, uma vez que os jovens mortos são negros, pobres e moradores da periferia”, esclareceu. A coordenadora do FCCV acredita que a paralisação facilitou o aumento dos crimes.

Silvana Blesa, Tribuna
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