Foto: Manu Dias/Agecom/Arquivo
Wagner teria ou não assumido compromisso de evitar prisão de Prisco? 24 de abril de 2014 | 13:44

ACM Neto bota Wagner contra parede no caso Prisco

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No mínimo, caiu e muito o conceito do governador Jaques Wagner (PT) junto ao prefeito ACM Neto (DEM). É o que está nas entrelinhas das declarações em que o prefeito comentou a prisão do líder da greve da PM e vereador Marco Prisco (PSDB), hoje, nos jornais.

Além de ter dito que achou “estranha” a detenção do vereador e líder da greve da PM, o prefeito admitiu, pela primeira vez publicamente, que participou das conversas que levaram Marco Prisco a negociar o fim da greve com os PMs.

Neto não quis adiantar os termos do que foi tratado, segundo ele, em respeito à posição do governador Jaques Wagner. É a confirmação da informação segundo a qual o prefeito sentiu-se usado por Wagner no episódio da greve, como noticiou com exclusividade este Política Livre.

Recordando: O democrata entrara no caso a pedido de Wagner por causa da condição de Prisco como membro da bancada do governo na Câmara Municipal. E tivera papel decisivo no convencimento ao ex-militar de que a população era a maior prejudicada com a greve.

Na época, Prisco já sabia que era alvo de um pedido de prisão por parte do Ministério Público Federal, provocado a se manifestar pelo governo estadual. Mas incluíra entre as exigências para encerrar a paralisação um pedido para que não fosse preso durante a Semana Santa, quando estaria com a família.

O desfecho da história o público conhece. O que não tinha sido confirmado – porque até agora o prefeito não havia se pronunciado – era o nível da participação de Neto em todo o episódio.

Com suas declarações, o prefeito só não quis revelar os termos do acordo, mas deixou claro que ele ocorreu e que o governador sabia e concordou com as bases em que foi estabelecido. Não precisava dizer mais nada. Wagner sabe que ACM Neto sabe que algo não foi cumprido.

Ou, como está dito nas palavras do prefeito: “Os termos do que foi tratado, os detalhes, as conversas que tive com o governador Jaques Wagner, com os interlocutores, eu me reservo o direito de não externar. Eu não sou o tipo que trago a público as coisas que foram tratadas dentro de conversas privadas. Prefiro manter em reserva o que foi conversado com o governador, em respeito à posição dele”.

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