"Foi uma decisão pessoal, uma posição de desrespeito", declarou Nilo 20 de março de 2014 | 08:37

“A lealdade perdeu para a chantagem”, diz Nilo sobre Leão na vice

bahia

O deputado Marcelo Nilo (PDT), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, se disse “traído” depois que o governador Jaques Wagner (PT) deu como certa a ida do deputado federal João Leão (PP) para a vice na chapa majoritária do chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Com a voz embargada pelo desgaste pela tentativa de se viabilizar, o deputado declarou em entrevista à rádio Tudo FM ter sido “usado para valorizar a vice e quando chegou a hora da onça beber água não tiveram consideração. Se Rui Costa foi leal ao governador ele empatou comigo. A lealdade perdeu para a chantagem e a coerência perdeu para as ofensas. As coisas que Leão dizia sobre Rui Costa são impublicáveis. E o que eu estou dizendo aqui eu disse para o governador. Foi uma decisão pessoal, uma posição de desrespeito”, completou.

Nilo chegou a tomar café ontem com o governador e o petista teria garantido que Leão não estava garantido na chapa. Agora, depois de ter sido preterido com o argumento de que o PP tem mais prefeitos na Bahia, mais deputados e mais tempo de TV do que o PDT e Leão uma amizade compatível com a dele, Nilo disparou. “João Leão é o homem do buraco zero, disse que ia botar o metrô para funcionar, que era o pai do PAC. Ele é vendedor de fumaça, como disse o próprio Mário Negromonte. Eu fui agredido porque isso é uma agressão. Eu dei muitas entrevistas defendendo o governador Jaques Wagner. Eu fui preterido porque eu sou leal e não chantagista. Eles foram lá conversar com Eduardo Campos, eu não. Se Lídice, Geddel ou Paulo Souto ganharem, no outro dia eles estão lá. Ele disse que a minha lealdade é igual a de João Leão. O que é isso? Leão mudou de lado não sei quantas vezes. Infelizmente não me consideraram. Se ele tivesse me chamado 60 dias antes e dito: ‘Marcelo, você é de casa vamos deixar eles’, tudo bem… Mas toda vez que eu dizia que ia ser vice ele dizia ‘estou trabalhando por você’”, disse.

Questionado sobre o seu voto nas eleições declarou. “Eu só vou decidir quem eu vou apoiar depois da Copa do Mundo, mas vou seguir a decisão do meu partido. Lá em casa, minha mulher e minhas filhas vão votar em Lídice. Agora uma coisa é certa: Eu fui considerado pela oposição. Eu recebi telefonema de Geddel, de Paulo Azi, de Lídice da Mata e de todos os deputados da oposição. Se meu partido decidir apoiar a oposição, se decidir apoiar Lídice, ACM Neto ou Geddel, desta vez eu não veto”, declarou o deputado, que bancou o apoio do PDT ao governo, quando o então pedetista Marcos Medrado queria apoiar a oposição.

O pedetista também afirmou ter perdido a admiração política pelo governador Jaques Wagner pela condução do processo. “Política não é isso. Política é consideração. Ontem eu estava tomando café com o governador e ele me disse que Leão não estava decidido. A nossa amizade é curta, de sete anos, mas construída com muita lealdade. O importante é que eu dormi com a cabeça tranquila. Fui desconsiderado não como político, mas como ser humano. O homem Marcelo Nilo que devotou ao governador uma lealdade. Durante a greve, eu duvido que algum deputado colocasse os policiais ou os professores para fora sem derramar uma gota de sangue”, concluiu o deputado que liderou a desocupação dos professores da Assembleia Legislativa Em 2012, ano eleitoral, durante um episódio considerado crucial para a derrota do petista Nelson Pelegrino, à Prefeitura de Salvador.

Emerson Nunes
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