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Os auditores também cobraram melhores condições de trabalho 28 de janeiro de 2014 | 17:30

Auditores protestam após 10 anos da chacina do Unaí

bahia

Os auditores fiscais do trabalho da Bahia disseram não à impunidade e cobraram melhores condições de trabalho numa manifestação realizada na manhã desta terça-feira (28), em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/BA), na Avenida Sete. Organizado pela Delegacia Regional do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e pelo Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho no Estado da Bahia (Safiteba), o ato lembrou os 10 anos da Chacina do Unaí, em Minas Gerais, quando quatro servidores foram assassinados durante uma fiscalização em fazendas da região. Com faixas e interrupções do trânsito, os servidores pediram que os mandantes do crime fossem julgados e condenados. Em seu pronunciamento, o presidente da Delegacia Regional do Sinait, Wellington Maciel, afirmou que o clima de insegurança acompanha os auditores de todo país no desempenho de suas funções diárias. “O Trabalho escravo e análogo, infelizmente, ainda é uma realidade em nosso país, inclusive na Bahia, onde situações de risco e ameaças são vividas constantemente pela categoria. Precisamos de melhores condições de trabalho, para que possam exercer nossas funções com segurança, resgatando a dignidade dos trabalhadores brasileiros”, afirmou.

O crime que ficou conhecido internacionalmente como “Chacina de Unaí” ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004. Foram assassinados os auditores fiscais do trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista do Ministério do Trabalho e Emprego Ailton Pereira de Oliveira. Eles foram mortos por pistoleiros em uma emboscada, durante fiscalização de trabalho escravo em fazendas da região do noroeste de Minas Gerais. Dez anos após o crime, dos nove indiciados, apenas três foram julgados e condenados. A ação é movida pelo Ministério Público Federal (MPF). O inquérito policial aponta como mandantes dos assassinatos os irmãos Norberto e Antério Mânica, fazendeiros grandes produtores de feijão na região. Três réus foram julgados e condenados no final de agosto de 2013 pela Justiça Federal em BH. Os demais seriam julgados em setembro e outubro, mas uma liminar do ministro do Superior Tribunal Federal, Marco Aurélio, suspendeu os julgamentos. Além disso, dois dos réus têm recursos pendentes de análise no STF. José Alberto de Castro e Norberto Mânica pediram para que o julgamento seja realizado na Vara Federal de Unaí.

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