Sede do TJ: palco dos grandes acontecimentos de amanhã 19 de novembro de 2013 | 09:35

O grande desafio dos desembargadores baianos

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Com a crise na qual o Judiciário baiano mergulhou desde o afastamento de seu presidente, o desembargador Mário Alberto Hirs, e de sua antecessora, Telma Brito, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), não será fácil a missão do novo presidente que deve ser eleito nesta quarta-feira pelos magistrados baianos.

Pode-se classificar como impossível qualquer desafio que assuma no sentido de restaurar a imagem do Poder, cujo desgaste se acumula há anos e foi amplificado pelo noticiário que retratou a medida drástica tomada pelo Conselho Nacional de Justiça contra duas de suas figuras mais destacadas.

Não custa lembrar que uma das decisões do CNJ atingiu em cheio o representante máximo da instituição, eleito pelo voto direto de seus pares. Por isso, sem dúvida, qualquer projeto sério de reformulação e readequação do Tribunal de Justiça da Bahia, nos moldes exigidos pelo CNJ, não será tarefa para um nem dois mandatos apenas.

Ainda mais por este motivo parece fundamental que, para evitar novos dissabores ou situações ainda mais constrangedoras ao Poder e à Bahia, os desembargadores que irão às urnas nesta quarta levem em conta a necessidade de escolha de um nome que prime pelo compromisso de tirar o Judiciário do limbo.

A meta, entretanto, não pode estar desvinculada do perfil adequado para executá-la. De nada adiantará colocar alguém no lugar de Mário Hirs cujo discurso e histórico, até, sejam bonitos, mas cujo ferramental pessoal não esteja à altura dos objetivos que toda a sociedade – e não apenas os magistrados – deseja para o TJ.

Além de sério, austero mesmo, pré-requisito fundamental para assumir o comando da instituição, o novo presidente do Tribunal precisa ter capacidade de avaliação técnica e política, bom senso, algum nível de experiência administrativa e, obviamente, ponderação, equilíbrio.

Não condiz com o que exige a situação atual alguém a quem faltem estes traços e que, ao invés de construir, exploda à menor ameaça ou simples paranóia. A história está cheia de exemplos, alguns muito atuais, dos pequenos títeres em que se transformam, quando investidos de poder, aqueles a que não assomam tempero emocional para exercê-lo.

Ainda bem que os magistrados que compõem o colégio eleitoral do TJ são maduros o suficiente para, no conjunto, refletirem a tempo sobre suas escolhas. Eles sabem, certamente, que não faz sentido permitir que o Poder Judiciário baiano continue afundando aos olhos de todo o país.

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