21 de agosto de 2013 | 08:38

Governo tenta empolgar investidor para ferrovias

brasil

O governo convocou tradings, mineradoras, produtores agrícolas e bancos de investimento para conversar e tentar empolgá-los com o programa de concessão de ferrovias. A tarefa, porém, é dura. O desafio é superar as desconfianças do setor privado em relação a dois problemas principais: um desenho financeiro ainda considerado incerto e os riscos que as empresas assumirão ao se comprometer a construir, do zero, 11 mil km de ferrovias num prazo de cinco anos. E tudo isso para ter uma rentabilidade de, no máximo, 8,5% ao ano. “Eles pediram apoio político”, contou o senador Blairo Maggi (PR-MT). “Para a gente se entusiasmar, chamar as empresas, mostrar que a carga existe.” Ele esteve na semana passada no gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, acompanhado de outros produtores da região. A eles, ela afirmou que o governo tem muito interesse nesse programa. Animados pela subida do dólar e pela perspectiva de elevar suas receitas com as exportações, os produtores rurais prometeram ajudar. “Vamos dar o suporte necessário”, informou o senador. Em outras conversas, porém, a reação foi mais fria. Além de pedir apoio aos produtores, o governo quer que tradings e mineradoras invistam nas novas ferrovias. “Precisamos estudar mais”, disse um executivo que veio a Brasília ouvir uma exposição do presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. O ideal para os usuários, explicou, seria ter a ferrovia pronta e operando a preços competitivos. “Mas, se não tiver outro jeito, vamos investir nelas.”

Lu Aiko Otta, Agência Estado
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