Foto: Caetano, Gabrielli e Pinheiro devem abrir mão de candidatura em favor de Rui
04 de julho de 2013 | 10:39

O novo recado de Wagner a petistas e aliados

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Na entrevista que concedeu à edição de hoje do jornal A Tarde, o governador Jaques Wagner (PT) avisa ao público interno e externo, mais ao interno que ao externo, que o seu partido já não tem quatro candidatos à sua sucessão. Segundo Wagner, “alguns” devem anunciar nos próximos dias que “declinam” da ideia. Entre os que devem declinar, Wagner não cita, mas já se sabe à larga no PT, estão o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, conforme já antecipado por este Política Livre, e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, atual secretário de Planejamento. O senador Walter Pinheiro deve resistir um pouco até o “convencimento” final pelo próprio governador.

Com isso, sobraria como candidato único do PT o chefe da Casa Civil, Rui Costa, o que este Política Livre também já antecipou com distância de mais de um ano. A “cachoalhada”, termo usado por Wagner para definir o conjunto de manifestações no país que colocou em xeque a classe política e naturalmente quem está no poder, como a presidente Dilma Rousseff, ele e o PT, foi o principal motivo que levou o governador a tomar a iniciativa de antecipar a informação na entrevista. O partido e o governador já tinham definido novembro como prazo final para que seja escolhido o candidato do grupo à sua sucessão. Ocorre que a divisão interna não colabora com o plano traçado por eles.

Com o susto que a população deu nos petistas, o que inclui a queda na popularidade de seus principais líderes, eles têm claro que precisam agir rápido e assegurar a unidade interna se quiserem emplacar um candidato do PT a governador em 2014. Neste caso, trabalham para neutralizar principalmente a movimentação atenta dos partidos aliados, cuja avaliação de que podem se transformar em alternativa sucessória ao desgaste do partido e do governador só tem aumentado, embora reservadamente, desde que a população foi às ruas cobrar por melhoria de serviços e contra gastos milionários como os da Copa. Em outras palavras, Wagner e seu partido acham que seus maiores adversários podem surgir em seu próprio grupo político, ao invés de no campo das oposições, onde a esperança de que chegou a hora de derrotar os petistas também cresceu.

Raul Monteiro
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