17 de junho de 2012 | 12:45

Infiltração ameaça ladeiras que ligam cidades Alta e Baixa

salvador

A parede do lado direito do principal cômodo do arco número 4 da Ladeira da Conceição está completamente encharcada e começa a erodir. Parte dela, também, está se despedaçando. O dano se amplia para outras paredes, e, na parte exterior da casa vizinha, a água sai aos borbotões quando chove. Há dois meses, a infiltração foi percebida por serralheiros, ferreiros e marmoristas, que são os ocupantes dos arcos que compõem o frontispício da cidade desde 1879, quando ficaram prontos, justamente para dar sustentação à Ladeira da Montanha. Até agora, são eles – os artesãos – os únicos a demonstrar profunda preocupação com as consequências provocadas pela infiltração. Na encosta contígua à Praça Castro Alves, a Ladeira da Conceição, que prossegue da Ladeira da Gameleira e da Preguiça, logo abaixo da Ladeira da Montanha, dá suporte a esta. Ambas estão integradas e se destacam no Centro Histórico de Salvador, especialmente para quem aprecia a cidade, estando no mar. “Eu tenho 20 anos aqui na Ladeira da Conceição e o colega ali tem 40. Nunca a gente tinha visto sair água pelas paredes. Isso, dentro de casa. Do lado de fora, está jorrando”, mostrou José dos Santos, 54 anos, serralheiro cuja oficina ocupa os arcos 2 e 4. “Isso é consequência das obras feitas antes do Carnaval, na Ladeira da Montanha, que fica sobre os arcos”, suspeita o marmorista Otacílio Natalino Silva Pereira, 63 anos. “Quebraram o passeio e disseram que iam nivelar o piso”, lembra. “Foi saneamento, mesmo. Eles botaram uma tubulação e deram o cimento de qualquer forma”, avaliou.

Mary Weinstein, do A Tarde
Comentários