Nelson Pelegrino: surpreendido com morno anúncio de apoio de João Henrique 15 de junho de 2012 | 21:03

“Me dê motivos”: Há quem culpe Pelegrino e o PT pelo morno anúncio de apoio feito por JH

salvador

Há muito políticos baianos usam o refrão de um dos clássicos do romântico Tim Maia, “Me dê motivos”, para se referir ao prefeito João Henrique (PP) e sua conduta incontrolável.

No episódio em que ele anunciou hoje pela imprensa, sem maiores detalhes, satisfações ou tesão, que deveria acompanhar seu partido, o PP, no apoio ao prefeiturável Nelson Pelegrino (PT), liberando o aliado PTN para votar em quem quiser, parece que lhe deram motivos mais do que suficientes para que não encenasse o script desejado.

Antes de anunciar seu posicionamento, João Henrique cancelou duas reuniões hoje pela manhã, nas quais deveriam ter tomado parte conjuntamente Pelegrino e o presidente estadual do PP, o deputado federal Mário Negromonte, que costurou internamente o apoio de seu partido ao petista.

O programado era que, após os encontros, os três se dessem as mãos e anunciassem a decisão de marchar juntos na sucessão municipal. Era o programado, mas não aconteceu. Sem reunião alguma ou aviso prévio a Pelegrino e Negromonte, João Henrique resolveu dizer sem o menor glamour que os apoiava.

Há quem culpe Pelegrino e o PT por isso. A programação original previa que as reuniões com o mesmo objetivo acontecessem ontem e não hoje. Mas Pelegrino cancelou os encontros, alegando que faria consultas internas ao arredio PT sobre a aliança com João Henrique. A esta altura!

Para completar, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, tornou público que o PT – apesar de já ter anunciado o desejo de fazer o ex-secretário municipal José Mattos (Transportes e Infraestrutura), do PP, vice de Pelegrino – poderia dar o posto à pré-candidata Alice Portugal, do PCdoB.

Juntos, os dois acontecimentos – a decisão de Pelegrino e a fala de Jonas – teriam sido interpretados como uma ameaça por um João Henrique que já não andava lá muito interessado em apoiar o petista, dando ao prefeito mais motivos do que ele precisava para fazer o que fez.

Raul Monteiro
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