09 de junho de 2012 | 21:12

Contagem regressiva para o euro e União Européia (Editorial)

brasil

Há uma bomba-relógio na Europa armada com dois gatilhos: o destino do sistema bancário espanhol e a Grécia. Nesta ordem. Os gregos resolverão o próprio destino na eleição parlamentar, em segundo turno, no dia 17, decisão com reflexos, para bem ou mal, em toda a UE.

Já a Espanha, numa crise bancária semelhante à do sistema financeiro americano no final de 2008 — os espanhóis também tentam flutuar num maremoto imobiliário financeiro —, pode ser o detonador de uma fuga descontrolada do euro.

A Espanha tem maior poder destrutivo que a Grécia, uma economia periférica na Europa. A radical diferença entre a crise de Wall Street e a espanhola é que os Estados Unidos emitem dólares — com os quais salvaram Wall Street e o resto do sistema financeiro do planeta. E a Espanha não imprime euros.

O mundo não vive dias normais. A economia espanhola, por sua dimensão, uma das cinco maiores do continente, é, no jargão criado nesta crise histórica por analistas econômicos, “grande demais para quebrar”.

O desafio de impedir a quebra bancária na Espanha paira principalmente sobre os palácios de Angela Merkel e de François Hollande, em Berlim e Paris, viga mestra da União Europeia.

A questão espanhola é de curto prazo, de dias. Autoridades de Madri têm pedido socorro. O sistema bancário do país dissolve, em meio à fuga de depósitos (100 bilhões no primeiro trimestre), sintoma conhecido de falta de confiança. Há instituições assentadas sobre bases frágeis e em processo crescente de erosão.

Bankia, banco de crédito imobiliário, quebrou e necessita de 19 bilhões. Todo o sistema precisaria, já, de 40 bilhões. “Nada astronômico”, segundo Cristóbol Montoro, ministro do Orçamento espanhol, citado pelo “Financial Times”. Mas estas cifras mudam todos os dias. Para pior.

Leia a  íntegra em Contagem regressiva para o euro e União Européia

O Globo
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