06 de fevereiro de 2012 | 11:02

Em nota, Conlutas-Bahia manifesta apoio a paralisação da PM baiana: “Viva a greve”

bahia

Na tarde do último sábado, 04 de fevereiro, representantes da CSP – Conlutas (Central Sindical e Popular) foram à Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada pelos policiais grevistas desde o dia 31 de janeiro, para entregar uma moção de apoio e declarar solidariedade ao movimento. Na ocasião, os representantes da central defenderam a desmilitarização da PM e o direito de sindicalização dos soldados. Leia abaixo na íntegra o documento distribuído pela Conlutas:

Moção de apoio da CSP-Conlutas-BA à greve da PM da Bahia
A coordenação estadual da CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular, reunida no dia 04 de fevereiro de 2012, vem manifestar seu irrestrito apoio à greve dos Policiais Militares da Bahia.
A greve é justa pelo fato de que as reivindicações dos grevistas são de amplo conhecimento do governo estadual há muito tempo, sem, no entanto, haver nenhuma ação prática da parte do governo para atender as demandas da categoria. O mesmo descaso que o governo estadual tem demonstrado com a categoria dos policiais e com a segurança pública no estado também se repete em outras categorias e áreas, como na saúde e educação, por exemplo.
Ilegal é a postura do governo Wagner que não paga a URV aos policiais militares e a todos os servidores públicos estaduais mesmo com determinação judicial para tal. Também é ilegal não cumprir acordos fechados com as categorias, como tem sido a prática deste governo.
A greve da PM mostra a necessidade não apenas da recomposição salarial da categoria, mas de uma mudança da corporação que inclua a desmilitarização e o direito à sindicalização dos policiais.
Por fim, a CSP-Conlutas, como uma central sindical e popular que reúne diversas entidades de organização e luta dos trabalhadores, aproveita a greve da PM para dialogar com os grevistas sobre qual deve ser o papel da polícia frente aos movimentos sociais.
Hoje os policiais estão em greve e buscam o apoio da população para o seu movimento legítimo. Buscam o apoio dos rodoviários, comerciários, bancários, professores, estudantes, servidores públicos e de toda a população. Assim como a greve da PM é justa e não deve ser tratada como crime, mas como um direito, todas as greves e lutas dos outros trabalhadores são justas e não devem ser reprimidas pela PM. Em uma ocupação de terra ou de imóvel por trabalhadores que lutam por emprego, salário e moradia, a polícia não deve reprimir o movimento, como ocorreu na violenta e desumana desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos-SP.
A mesma insubordinação, corajosa e legítima, que faz com que os companheiros hoje estejam paralisados e reunidos em frente à Assembleia Legislativa, também deve estar presente quando as outras categorias estiverem lutando, interrompendo as vias da cidade e ocupando prédios públicos e terrenos abandonados.
Só é possível que as reivindicações de todos os trabalhadores sejam atendidas – inclusive a dos policiais – se estivermos unidos e que a polícia sirva para combater a criminalidade e não os movimentos sociais. É por isso que a CSP-Conlutas reafirma seu apoio irrestrito à greve da PM da Bahia, porque somos todos trabalhadores.
Viva a greve da PM da Bahia! Viva a luta de todos os trabalhadores! Até a vitória!
Salvador, 04 de fevereiro.
Coordenação Estadual da CSP-Conlutas-BA.”

Comentários