27 de janeiro de 2012 | 12:27

Juiz Estadual se recusa a entregar pente de arma e atrasa voo da Gol

salvador

O juiz estadual Vítor Bezerra provocou, ontem à noite, um grande tumulto dentro da aeronave da companhia aérea Gol, de 18 89, que partia do Aeroporto Internacional de Salvador com destino ao Aeroporto Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro. O atraso de pelo menos duas horas na viagem aconteceu porque ele se recusou a entregar um dos pentes com munição da pistola que portava no interior da aeronave. O embarque estava marcado para as 20:45, no portão 6. As portas do avião já haviam sido fechadas e os comissários de bordo tinham repassado aos passageiros as informações básicas de segurança na decolagem. Mas o procedimento foi interrompido quando, 21:40, o comandante anunciou que todos os ocupantes – com exceção do juiz – deveriam deixar a aeronave para que uma “norma administrativa” fosse cumprida.

Três policiais federais e um civil entraram no avião e iniciaram uma negociaçäo com o magistrado, que continuou se recusando a entregar um dos três pentes da arma, alegando que o cargo de juiz lhe permitia carregar a quantidade de munição (3 pentes). Os policiais argumentaram que ele só poderia permanecer no avião com dois pentes de munição e, portanto, teria de devolver um. O juiz, que estava na poltrona 22 D, estava acompanhado de dois filhos. Somente depois de uma hora e meia de conversa com as autoridades, o juiz concordou em devolver um dos pentes.

Indignação – O voo da Gol estava completamente lotado, com 90 passageiros, que ficaram muito irritados. O administrador de empresas Almeida, que também teve de sair do avião, ligou para a redação de A Tarde dizendo que, depois que o juiz Vítor Bezerra resolveu entregar o pente da pistola, muitos passageiros ficaram com medo de reembarcar e prosseguir viagem. Então exigiram a devolução das bagagens e resolveram viajar por outra companhia aérea. O procedimento atrasou ainda mais a saída do voo. “Acho um absurdo uma pessoa que se julga acima da lei atrapalhar a vida de pessoas que têm seus horários para cumprir”, disse Almeida. Ele afirmou ainda que outra passageira, também juíza, disse que o magistrado já causou o mesmo problema no Rio. (Jornal A Tarde)

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