Queda de Negromonte é questão de tempo 25 de janeiro de 2012 | 11:50

Golpe mortal, demissão de chefe de gabinete transforma queda de Negromonte em questão de horas

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Com a demissão hoje do chefe de gabinete do ministro Mário Negromonte (Cidades), tudo indica, à sua revelia, virou questão de horas a saída do baiano do comando do ministério, segundo comentários que circularam agora há pouco em Brasília. Cássio Peixoto, considerado braço direito de Negromonte, teria tido sua exoneração assinada pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que tem a prerrogativa de nomear e exonerar quem ocupa este tipo de cargo.

Segundo dois deputados federais governistas com os quais o Política Livre conversou agora há pouco, a demissão de Peixoto seria um sinal de que Negromonte deve pedir para desembarcar imediatamente do governo, se não quiser ser demitido nas próximas horas. A queda do chefe de gabinete ocorre dois dias depois de a Folha revelar sua participação em negociações com um empresário e um lobista interessados num projeto milionário do ministério.

De acordo com os mesmos parlamentares, o governador Jaques Wagner teria aproveitado a oportunidade de duas viagens a Brasília – uma na semana passada e outra ontem, para a posse de dois novos ministros – para tentar negociar a manutenção de Negromonte no Ministério das Cidades, mas não teria recebido qualquer aceno positivo neste sentido. No máximo, Negromonte poderia ser abrigado na Codevasf, segundo uma das fontes.

Ele acrescenta que o ministro, entretanto, pode não ser sequer contemplado com uma segunda colocação, caso sua tentativa de permanecer no cargo seja entendida como uma tática para constranger a presidente Dilma Rousseff. “Todos os sinais estão evidentes de que Negromonte deve pedir para sair. Se ele permanecer, pode ficar muito mal com a presidente e até com quem pediu para que ele fosse mantido”, declarou o parlamentar.

Raul Monteiro
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