02 de agosto de 2010 | 10:32

“Jornalismo Ficha Limpa”: Jornalista propõe, mas não quer liderar porque é ligado ao PT

O professor da USP e jornalista Bernardo Kucinski apresenta a proposta de criação de uma iniciativa política intitulada “Jornalismo Ficha Limpa”. Seria uma espécie de frente formada por jornalistas que tenham a reputação de qualidade e honestidade e um histórico de coerência. Outro requisito indispensável é ser identificado com o combate às desigualdades sociais. Ter renome também ajuda.

Esses profissionais de comunicação assinariam um manifesto defendendo que jornais, revistas, rádios, TVs e páginas de internet façam uma cobertura das eleições 2010 com objetividade, sem coloração partidária e fornecendo mais espaço para os projetos e propostas do que para bate-bocas menores, trocas de acusação que desviam o foco do que realmente importa. Quer dizer, ao contrário do que ocorre neste momento.

O manifesto pelo “Jornalismo Ficha Limpa” também deveria explicitar quais ações editoriais e linhas de reportagem devem ser consideradas “ficha suja”, de forma tão didática quanto possível ou necessária, para assim expor quem as pratica. A idéia também aproveitaria a boa acolhida que a população deu ao projeto “Ficha Limpa”, aprovado recentemente pelo Congresso, para mostrar que o processo eleitoral e a ação política também dependem e são influenciados fortemente pela mídia.

A frente que daria início ao “Jornalismo Ficha Limpa” não deveria, na opinião do próprio, incluir Kucinski, por ele ser muito identificado com o PT. Kucinski apresentou a proposta durante debate da Direção Nacional da CUT na última quinta (29), na capital paulista. Durante as campanhas de 1994, 1998 e 2002, e ainda durante boa parte do primeiro mandato do governo Lula, do qual foi assessor, o professor escrevia um relato diário, matinal e minucioso, do que a imprensa estava veiculando desde o dia anterior. Leia mais no blog de Arthur Henrique.

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