14 de fevereiro de 2010 | 14:17

EXCLUSIVO: Wagner compara adesão de Borges à de Collor a Lula

Em uma entrevista exclusiva ao Política Livre, o governador Jaques Wagner (PT) comentou sobre o impacto político e eleitoral da possível aliança com o senador César Borges (PR). O petista reconhece que a configuração da chapa, se ela se confirmar, encontrará resistências no eleitorado. “Todo mundo vai absorver tranqüilo? Lógico que não, todo mundo vai achar estranho. As pessoas raciocinam política com a memória que elas têm, mas ele não é o primeiro. José Carlos Araújo e Otto Alencar estão trabalhando comigo”, disse.

Para ele, a questão da identidade política fica mais evidente com uma adesão de César, por ele ser ex-governador e senador: “É referencial, óbvio que o nome dele pesa mais. Joga mais luz sobre essa questão, que é natural, assim como o Collor estar na base de sustentação do presidente da república não é simples. Mas o problema é que as coisas vão se modificando”, compara, acentuando o processo de reagrupamento na política baiana. “Ninguém faz a política perguntando o currículo de ninguém. A gente faz política perguntando o projeto político para frente. Conta a história de cada um, evidentemente, mas se eu ficar ancorado o tempo todo no passado eu não ando”, afirmou.

O governador comemora o fim da polarização na política baiana. “Nós, com nossa vitória, encerramos um período em que a política baiana era muito sem graça. Era vermelho ou branco, não tinha o degradê que eu acho que a graça da política, e havia um comando muito centralizado, que não dava liberdade a ninguém. Depois da derrota e ausência física do senador Antônio Carlos, não tem mais sucessor. Hoje, pessoas que eram de lá começam a se movimentar e a olhar a política com outros olhos e querem conversar”, analisou.

Wagner destaca ainda que estas alianças com ex-calistas não influenciam o projeto político de seu governo: “Se alguém  vem para cá, está vindo para cá, não sou eu que estou indo para lá. Até porque não tem mais para lá”. O governador aproveitou para alfinetar o PMDB, do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que saiu de seu governo para sair candidato ao governo estadual. “Eu acho muito mais chocante do ponto de vista de futuro o PMDB, que ajudou a fazer essa vitória, tava no projeto, romper para tentar fazer uma coisa própria do que outros quererem se incorporar”, comparou. (Rafael Rodrigues)

Comentários