13 de dezembro de 2009 | 08:25

São Francisco do Conde: Câmara gasta R$ 1 milhão com cargos comissionados

A Câmara Municipal de São Francisco do Conde, na Bahia, gasta R$ 1,05 milhão com salários de 370 servidores indicados por políticos. Todos em funções de chefia, direção e assessoramento, cargos que, em grande empresa ou repartição pública, exigem dedicação exclusiva. Só mais dois aposentados e quatro efetivos completam o quadro de trabalhadores. Mas o número expressivo de funcionários parece infiel à realidade. A Câmara de São Francisco do Conde, em horário de expediente, fica  praticamente vazia.

A denúncia de que a maioria dos comissionados não comparece ao local de trabalho foi feita ao Ministério Público do Trabalho no último dia 4, pelo secretário do PCdoB no município, Marcelo Macedo.

A representação diz que a Câmara, além de manter sem trabalhar a maioria dos assalariados, emprega sem exigir qualificação profissional. Em denúncia também protocolada na Justiça, Macedo destaca no documento a ocupação do cargo de chefe de gabinete por um conhecido pescador da região. “Pessoas sem formação preenchem cargos de elevada complexidade”, diz Macedo. “As pessoas recebem sem trabalhar, mas, mesmo que quisessem, não haveria espaço para se acomodar”, completa.
 
Para o presidente da Câmara,  Mário Nogueira (PT), as acusações resultam da insatisfação dos denunciantes com a falta de privilégios nesta gestão. Nogueira diz que a instituição  passa por um processo de moralização, com gastos de 60% com pessoal, abaixo do limite constitucional de 70% da arrecadação. “Vivemos um novo tempo, em que chegamos a economizar R$ 4 milhões no ano. As pessoas não se conformam com isso”, rebate. Informações do jornal A Tarde.

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