Leonelli responde a Souto: “Faltou planejamento em seu governo”

Leonelli diz ter encontrado contratos de aluguel nos Centro questionáveis do ponto de vista ético e administrativo

Em telefonema ao Política Livre, o secretário estadual Domingos Leonelli (Turismo) contestou os argumentos do ex-governador Paulo Souto (DEM), publicados abaixo por este site, de que o fechamento do Centro de Convenções pode ser atribuído a falta de planejamento da atual administração.

“Ele (Souto) está nesse caso laborando em grave equívoco. Esta decisão é o contrário. É fruto de planejamento, aliás, que faltou em seu governo, porque há 20 anos o Centro não sofria uma reforma estrutural séria. Tinha apenas uma manutenção, mesmo assim, falha. Tanto é que problemas estruturais foram diagnosticados”, declarou.

O secretário elogiou a decisão da presidente da Bahiatursa, Emília Silva, de fechar o equipamento, argumentando que a medida foi fruto de um diagnóstico técnico elaborado pela empresa CTAGEL, dentro de um planejamento que envolveu inclusive a obtenção dos recursos no Ministério do Turismo e na própria Bahiatursa.

Leonelli disse que o cancelamento de todos os eventos ocorreu com mais de 60 dias de antecedência, o que confirma também o planejamento da Bahiatursa. “Ainda assim, estamos tentando uma fórmula para uma tenda que vai possibilitar a realização de alguns destes eventos”, disse.

Ele ainda acrescentou, respondendo a Paulo Souto, que o ex-governador deveria lembrar que existem outros exemplos não “só de falta de planejamento, como de administração predatória”, na gestão passada, com relação a Centros como os de Porto Seguro e Ilhéus.

“Encontramos contratos de concessão dos Centros onde se invertiam os papéis de uma forma ética e administrativamente muito discutíveis, em que o Estado concedia o imóvel e ainda pagava o aluguel”, afirmou. Segundo ele, o governo passado pagou R$ 200 mil por mês pelos Centros de Ilhéus e Porto Seguro, num total de R$ 2,4 mi por ano.

Hoje, de acordo com o secretário, o governo faz diretamente a manutenção dos Centros por R$ 80 mil, uma diferença de R$ 120 mil em favor do Estado. “Ainda nos deixaram dois Centros de Convenções com áreas desapropriadas e inacabados em Itabuna e Feira de Santana. Isto sim é falta de planejamento: quando já tinham três – todos eles deficitários para o Estado – íam fazer novos”, declarou.

Ainda elogiando a Bahiatursa, Leonelli lembrou que formaturas não são o foco do Centro de Convenções. “Eles foram implantados com o objetivo de reduzir ao máximo os problemas da sazonalidade do turismo e atrair eventos profissionais, empresariais, trazendo turistas para a Bahia. Eventos locais servem subsidiariamente”, declarou.