31 de julho de 2009 | 16:45

Visita a Bom Jesus da Lapa: O que começa errado termina dando errado

Não foi no melhor clima que transcorreu hoje a visita do governador Jaques Wagner (PT) ao município de Bom Jesus da Lapa, acompanhado do prefeito Roberto Maia (PMDB), presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB).

Além de Roberto Maia ter sido vaiado por camelôs revoltados com a restrição de acesso ao santuário imposta pela Prefeitura, foi fraquíssima a solenidade de inauguração da praça Comandante Teodoro, restaurada pelo governo.

Com menos de 200 pessoas no local, o governador teria optado por discursar no chão, ao invés de utilizar o palanque montado na praça.

Os problemas começaram ainda ontem em Salvador, depois que Maia cancelou viagem que faria no avião de Wagner para o município.

Segundo a assessoria dele, o prefeito teria ficado indignado ao saber que sua viagem fora vazada ao Política Livre com, segundo avaliou, o intuito de passar a impressão de que ele que estava em entendimento reservado com o governador.

O presidente da UPB e seu irmão, o deputado estadual peemedebista Arthur Maia, integram a chamada tropa de choque do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), candidato à sucessão estadual, apesar de o PMDB estar formalmente na administração.

Irritado com a notícia, Maia decidiu embarcar num avião de carreira e esperar o governador na cidade. A confusão teria começado depois que o governo pediu ao prefeito para receber o governador no município.

O secretário estadual de Relações Institucionais, Rui Costa, ligou ontem pessoalmente para Maia, o avisou da visita de Wagner e solicitou que o ciceroneasse em Bom Jesus da Lapa.

O prefeito respondeu que acabara de chegar em Salvador proveniente de Brasília, mas que viajaria imediatamente para a cidade a fim de cumprir o prometido. Foi quando o secretário ofereceu-lhe carona no avião do governador.

“O prefeito topou viajar ao lado de Wagner institucionalmente. Não contava com que a informação fosse vazada, passando a impressão de que estava em entendimento com o governo”, disse há pouco fonte próxima a ele ao Política Livre.

Para a mesma fonte, Maia sentiu-se traído não só por causa das relações com o ministro, mas principalmente por causa do irmão, que tornou-se um oposicionista ferrenho na Assembléia.

Para reforçar a tese de que a viagem fora usada para buscar associá-lo ao governo, o prefeito argumentou, segundo a mesma fonte, não se lembrar de ter visto divulgados os nome dos políticos que viajam com o governador em seu avião.

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