10 de maio de 2009 | 07:36

Dilma e o câncer linfático: ‘Essa é uma luta solitária’

Há dez dias, Dilma Rousseff dissera que não permitiria que seu tratamento contra o câncer linfático se convertesse em “espetáculo midiático”. 

Em entrevista, ela esmiuçou o raciocínio: “Uma coisa é eu comunicar a minha doença, outra coisa é o fato de que alguém queira compartilhar uma luta que é só minha…” 

“…Gostaria que eu pudesse compartilhar com todo mundo, me ajudando, mas não vai ser assim. Essa é uma luta absolutamente privada…” 

“…Acho que isso é uma coisa solitária minha. Essa luta não tem com quem compartilhar, eu tenho que ter tranquilidade”. 

Dilma extraiu, em março, um tumor de 2,5 centímetros que se instalara sob sua axila esquerda. Agora, submete-se a sessões de quimioterapia. Já fez duas. 

Antes, dizia que manteria a rotina de trabalho. Agora, reconhece: “Obviamente, em alguns momentos vai dar uma reduzida”.

Para atenuar os prejuízos funcionais, vai combinar as sessões quimioterápicas com os finais de semana. “Não é necessário parar de trabalhar”.

Dilma contou aos repórteres Ana Dubeux e Daniel Pereira que passou a ser assediada por gestos de solidariedade. É abordada por pessoas desconhecidas: 

“Elas se aproximam e falam o seguinte: ‘Olha, eu tenho um amigo que teve a doença, superou e está muito bem, muito bem’…” 

“…Outra diz o seguinte: ‘Olha, eu tive e estou aqui, faz mais de três anos, quatro anos, cinco anos’. Aí, vão lhe contando”. 

De resto, passou a receber presentes: “Mandam receita, mandam livro, mandam medalhinha, estatuazinha de Nossa Senhora”. 

A ministra disse que Lula, depois de lhe dar “muito conforto”, mantém com ela “uma relação de proteção”.  

O mais difícil foi dar a notícia à mãe e à filha. Tiveram “uma reação de sofrimento, mas muito contida. Elas acham que, se elas sofrerem muito, vão me afetar”. 

Mostra-se confiante quanto às chances de êxito do tratamento: “Olha, eu tenho absoluta certeza que vou [vencer a doença]. Sabe aquela convicção? Essa [vitória] é minha”. 

No dia das mães, Dilma disse que só se arrepende de uma coisa na vida: de não “ter mais filhos. Leia mais no blog do jornalista Josias de Souza, da Folha.

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