15 de abril de 2009 | 17:33

Caso Rosemberg coloca petistas e peemedebistas em confronto na Assembléia

Um dia depois do discurso da deputada estadual Virgínia Hagge (PMDB) contra o gerente de comunicação da Petrobras, o petista Rosemberg Pinto, acusado por ela de patrocinar festas e candidaturas no interior com recursos da estatal, parlamentares dos dois principais partidos da base governista se confrontaram há pouco na Assembléia Legislativa.

Em pronunciamento da tribuna, o deputado J. Carlos, do PT, a pretexto de defender Rosemberg, lembrou que por quatro anos o pai da deputada, o ex-prefeito de Itapetinga, Michel Hagge, recebeu recursos da Petrobras para festas de São João e, de quebra, acusou a Agerba, controlada pelo PMDB, de perseguir as empresas de ônibus em Salvador.

“Que parceria é esta em que, durante quatro anos estivemos juntos, e agora que Michel perde a eleição passa para a oposição?”, questionou J. Carlos, acrescentando ainda que a Petrobras informou, através de matéria publicada na Tribuna da Bahia, que Rosemberg não pertence mais aos quadros da empresa. Em seguida, atacou a Agerba, conduzida por Antonio Lomanto Neto.

“Quando houve um acidente na Orla com um ônibus, a Agerba prometeu cassar a licença da empresa. Por que a Agerba não faz isto com o Ferry-Boat, que é uma lástima?”, questionou o petista, acusando ainda a agência reguladora de transportes de ter multado uma empresa de ônibus injustamente que não apresentara o original do licenciamento pago. “Por que esta perseguição? O que está por trás disso?”, atacou.

Sobrinho de Lomanto Neto, o líder do PMDB na Assembléia, Leur Jr., acusou J. Carlos de não ter entendido o discurso de Virgínia, que, segundo ele, deixou claro que não atacava o PT nem o governo, mas se referia a problemas da política regional, disse que ele estava nervoso e insinuou que o petista, egresso do movimento sindical dos motoristas, mudou de lado.

“Estranho que J. Carlos, que tem a tradição de defender os motoristas e cobradores, passou a defender os interesses de ônibus”, disse Leur Jr., depois de afirmar que denúncias como a apresentada pelo petista deveriam ser apuradas e defender a gestão da Agerba. “Se há perseguição neste governo, não é da Agerba, que tem procurado punir e multar apenas empresas infratoras”, disse.

Os deputados Antonia Pedrosa e Heraldo Rocha (DEM), líder da oposição na Assembléia, se solidarizaram com o peemedebista. Pedrosa lembrou do perfil cordato de Lomanto Neto durante passagem recente pela Assembléia, onde negociou procedimentos para a solução do problema de perueiros, e o democrata disse que conhecia o caráter da família de Leur Jr.

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