03 de novembro de 2008 | 06:58

EXCLUSIVO: Aliados querem forçar recomposição no governo Wagner à luz das eleições de outubro

Os partidos que marcharam com a candidatura de Walter Pinheiro (PT) à Prefeitura de Salvador aguardam apenas a chegada, prevista para hoje, do governador Jaques Wagner (PT) de uma viagem que iniciou na quarta-feira passada aos EUA para marcar uma reunião com ele com o propósito de discutir a relação com o governo.

Liderados pelo PT, eles pretendem sugerir a Wagner “um novo olhar” sobre a aliança que o elegeu e hoje compartilha espaços na administração à luz dos resultados da sucessão municipal, na qual, na visão deles, um dos principais aliados do governador, o PMDB, “desgarrou-se” com a candidatura do prefeito João Henrique.

“A força da esquerda baiana é inegável. Elegemos juntos, nestas eleições, 104 prefeitos”, diz um petista a respeito das comparações constantes entre o grupo e o do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), principal liderança do PMDB na Bahia, que fez 114 Prefeituras, entre as quais a da capital baiana.

O crescimento dos partidos aliados nas eleições de outubro será o principal argumento que apresentarão ao governador no sentido de forçar uma recomposição de seu governo a partir de agora. A segunda tese diz respeito ao comportamento “imprevisível” que o PMDB, bombado pela eleição, poderá tomar na sucessão de 2010.

“Não podemos esquecer que o PMDB, apesar de travar uma disputa em Salvador no âmbito da coalizão, aliou-se com o principal inimigo do nosso projeto na Bahia e nacionalmente”, diz o mesmo petista, referindo-se ao deputado federal ACM Neto (DEM) – que apoiou João Henrique no segundo turno – como “o inimigo” local e nacional do PT.

A apresentação do quadro ao governador é o ponto de partida para uma discussão que o leve a entender a “necessidade” de reavaliar os rumos políticos da administração no momento pós-eleitoral, tendo em mente, por exemplo, o que as legendas avaliam como necessidade de fortalecer as forças verdadeiramente “leais a seu projeto”.

Por recomposição, os aliados entendem uma reforma administrativa que implique num outro nível de participação de cada parceiro no governo com base, “tecnicamente”, no resultado de cada qual nas urnas. No entendimento deles, o PMDB, entretanto, ficaria de fora da rearrumação, apesar de o partido, sozinho, ter feito mais Prefeituras.

O argumento é que a legenda do ministro teria perdido a confiança do governo e dos aliados ao ter se unido ao DEM. Afinal, como teria dito o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, ao presidente nacional da legenda, Ricardo Berzoini, e ao próprio presidente da República “ACM Neto não é qualquer político. É o líder da Oposição a Lula”.

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