11 de maio de 2008 | 12:21

Wagner considera afronta eventual aliança entre PMDB e DEM em Salvador

Em “entrevista multimídia” – termo que este blog sinceramente ainda está tentando descobrir o que significa – ao jornal A TARDE de hoje, o governador Jaques Wagner (PT) fala sobre sucessão municipal, governo anterior, condena mais uma vez as prévias e revela até que os quatro pré-candidatos do PT (só eles!) já sabem aquele que julga o melhor. A parte mais quente, sem dúvida, é quando diz considerar uma afronta a ele e ao presidente Lula uma aliança entre PMDB e DEM no segundo turno em Salvador. Confira abaixo principais trechos:

Desagregação da base em Salvador

“Não quero fazer nenhum juízo de valor, mas características particulares do gestor daqui de Salvador, que é quem tinha que construir a unidade em torno dele, não eu, infelizmente não teve êxito (impediram que construísse a unidade). Portanto, eu prefiriria estar com uma candidatura única, que me daria conforto no palanque eleitoral. Vou ter que trabalhar com a hipótese de duas candidaturas, o que vai me tirar mais ativamente do palanque eleitoral de Salvador.”

Prévias no PT

“Deixei claro para os candidatos que a prévia é um erro. Eu disse a todos eles quem é que acho que tem mais capacidade de aglutinar, não estou dizendo publicamente, mas os quatro sabem. Não se trata de preferências pessoais, tenho um bom relacionamento com todos os quatro, mas do ponto de vista político externei claramente quem, neste momento, pode aglutinar melhor.”

Segurança/governo passado

“Recentemente, vi o ex-governador (Paulo Souto) dizer que a segurança havia saído do controle. Creio que deve ter sido, talvez, no tempo dele. Porque em um ano e meio eu não teria a capacidade de destruir o que ele tivesse construído de tão eficiente do ponto de vista da polícia. Eu perguntaria porque ele me entregou o governo sem nem sequer oferecer às polícias baianas um sistema de comunicação.”

Liderança econômica

“Não estamos perdendo a liderança da economia no Nordeste. Pode ser que estejamos pecando por não estar fazendo tanta propaganda do que está chegando. É preciso, primeiro, localizar a Bahia. É aproximadamente 4,5% do PIB nacional, é o dobro da segunda maior economia do Nordeste, que é a de Pernambuco. (…) A economia baiana é uma das carteiras mais ativas do BNDES (…)”

Incentivos fiscais

“Não adianta atrair e ficar devendo depois. Recebi este Estado com um débito, do Estado e não da Lei Kandir, de R$ 260 milhões de renúncia fiscal ofertada a quem vem se instalar aqui. Estamos fazendo um programa para o biodiesel, para o álcool, para a indústria naval. Para a indústria petroquímica, fizemos agora uma redução de ICMS para a construção de térmicas, para dar competividade.”

Saúde

“(…) nós estamos trabalhando, pegamos muita briga no começo exatamente para romper com vícios anteriores e temos muitos problemas ainda. Mas se há uma área que tenho absoluta segurança de que no final dos quatro anos vamos colher frutos concretos esta é a área de saúde.”

Aliança PMDB/DEM no segundo turno

“Essa pergunta seria melhor endereçada ao ministro Geddel (Vieira Lima, da Integração Nacional). Eu realmente não consigo entender este raciocínio. Em hipótese nenhuma abraço esse raciocínio, até porque ele estaria dizendo que apóia o opositor, não só a mim, mas o opositor ferrenho ao presidente da República, que o fez ministro. (…) Evidentemente (é uma afronta) se você diz que (o PMDB) abraça um opositor claro do seu governo estadual. Afinal de contas, o vice-governador é do PMDB e o DEM ataca o governo estadual. Então, de certa forma, seria dizer: olha, estou contra, estou apoiando quem faz campanha contra.”

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